Museu do Prado itinerante - projeto do Agrupamento de Escolas da Damaia
O PRIVILEGIADO (DES)CONFINAMENTO DO PRADO
Na manhã de
21 de janeiro, em que tudo fazia adivinhar o anúncio do segundo confinamento,
tempo houve para fazer visitas guiadas a duas turmas do 1.º ano da Escola Básica
Padre Himalaia. A exposição Museu do Prado itinerante havia sido montada
precisamente no dia 19 de janeiro.
A exposição,
embora visse suspensa a sua missão em escassas 48 horas de exibição, acabaria
por conhecer um privilegiado confinamento, porque menos demorado foi do que aquele
que encerrara conceituados museus e galerias. A Escola Padre Himalaia, com
efeito, em breve seria transformada num dos polos da escola de acolhimento do
Agrupamento de Escolas da Damaia, além de ter temporariamente recebido os
principais serviços da escola sede, enquanto nela decorria a remoção do
amianto. As telas continuaram, assim, a marcar o espaço de trabalho de alguns alunos
e profissionais.
Às 9h00 do
dia 15 de março, a atividade escolar da Padre Himalaia foi retomada em pleno e
a exposição estava lá à espera dos olhares de quem passava. O desconfinamento de
abril oferecia segurança para os alunos voltarem ao Museu do Prado e os dias
12, 13, 14 e 21 assinalaram o privilegiado retorno das visitas guiadas.
Alguns
alunos rapidamente reconheceram a tela da turma que estava a ser recriada na
área das Expressões com a supervisão dos professores de Educação Visual, que integram
o projeto de Ensino de Par Pedagógico e têm apoiado, desde a origem, o projeto Museu
do Prado itinerante.
Nas
visitas dos dias 14 e 21 de abril, o grupo de guias cresceu e foi transferida parte
da responsabilidade a três alunas do 9.º C. O desenho do projeto Museu do Prado
itinerante previu sempre alargar a orientação das visitas guiadas a alunos, não
estavam, todavia, até esta fase reunidas as condições de saúde pública para ser
dado esse passo. O desconfinamento de abril permitiu, nesta etapa, a consecução
de mais um objetivo do projeto.
Foi proporcionada àquelas alunas do 9.º ano a
experiência de consolidarem aprendizagens mobilizadas com autonomia e que haviam dado
forma às suas exposições orais, apresentadas em contexto de sala de aula física
e virtual, na disciplina de Português. As alunas partilharam o que em tempos já
havia enriquecido a sua cultura artística e desenvolveram, agora num contexto
pragmático, competências no domínio da oralidade e do relacionamento
interpessoal. Esta vertente do projeto visa também ir ao encontro do preconizado
no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória.
Foi, por
conseguinte, pelas vozes daquelas alunas que chegaram valiosos contributos aos
visitantes dos últimos dois dias, para melhor conhecerem o Tríptico do
Jardim das Delícias, de Bosch, o Autorretrato e Filipe II, de
Sofonisba, bem como As meninas, de Velázquez.
As visitas
guiadas no dia 21 tiveram ainda a particularidade de exigir a deslocação, em
horários distintos, de duas das turmas da Padre Himalaia que frequentam as
aulas na Escola Prof. Pedro D’Orey da Cunha. O acompanhamento de cada grupo contou
com o apoio da respetiva professora titular e de dois elementos da equipa de
guias. A deslocação cumpriu, assim, as regras de segurança na circulação
pedonal na via pública e as regras de saúde pública. O resultado era
previsível: ao entusiasmo do caminho (quase tão próximo das saudosas visitas em
grupo) juntou-se a alegria de rever familiares, amigos, assistentes e professores
conhecidos. Fez-se sentir, uma vez mais, o papel da arte na socialização.
Um
iluminado encanto da galeria Padre Himalaia surpreendeu, desde a montagem, a
equipa deste projeto. Se as telas, no decurso desta peregrinação pela arte, têm
beneficiado o espaço que as recebe, ganhara também a exposição, desta vez, um
novo esplendor naquela que seria a última escola do Agrupamento a receber a
coleção do Prado. Um esplendor oriundo, de par em par, fosse das brancas
paredes, fosse da luz natural ou da luz artificial, fosse da grandeza
intelectual, filantrópica e até física do próprio patrono da escola Padre
Himalaia.
Cresceu o
projeto, porque cresceu o grupo de visitantes (um total de 208 alunos
pertencentes a dez turmas daquela escola - 1.º A, 1.º B, 1.º C, 2.º A, 2.º B, 2.º C,
3.º A, 3.º B, 3.º C e 4.º B); porque cresceu o grupo de guias e a sua
preparação; porque cresceram as estratégias para se chegar ao público-alvo; porque
crescem os trabalhos produzidos pelas turmas em torno do Prado; porque, essencialmente,
não cessa de crescer a experiência que se leva donde se parte.
O privilegiado desconfinamento da exposição Museu do Prado itinerante prossegue e vai, em breve, transpor os confins do Agrupamento de Escolas da Damaia para chegar a mais alunos de outras escolas do concelho da Amadora.
Acesso a um Padlet com alguns trabalhos de alunos da Escola Padre Himalaia clica aqui.
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