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CONCURSO LITERÁRIO - 2.ª FASE

 

A 2.ª fase do concurso literário da Escola Básica 2, 3 Prof. Pedro d’Orey da Cunha, devido ao período de ensino à distância, transitou do dia 3 de março para o mês de maio. A alternativa passou por agendar, em 3 dias consecutivos, distintos momentos destinados ao aperfeiçoamento das produções escritas, interferindo o mínimo possível no horário escolar dos participantes e respeitando rigorosamente as normas sanitárias.

O reencontro prometido entre os jovens escritores e os seus textos surtiu o efeito desejado. Foram, efetivamente, observados na 2.ª fase progressos e interessantes opções literárias.

            O júri, mantendo a composição prevista no regulamento, integrou representantes de toda a comunidade educativa. A escolha dos textos vencedores foi feita com a colaboração da Coordenadora Técnica dos Serviços Administrativos, da Presidente da Associação de Estudantes, da Presidente da Associação de Pais da  Escola Padre Himalaia e de duas docentes de Português.

        Feita a articulação entre o júri, emergiram os textos vencedores e passou-se à identificação dos alunos premiados, cujos nomes permaneciam velados sob os seus pseudónimos.

Os resultados do concurso foram divulgados no dia 7 de julho. Ao poema «Poesia é língua que se fala», da autoria do aluno João Quinhas (6.º E) foi atribuído, por maioria, o prémio do 2.º ciclo. No 3.º ciclo, o primeiro lugar foi atribuído ex aequo às alunas Mayra Gomes  (7.º C)  e Luana Gomes (9.º C). A magia do texto narrativo «Realidade desejada», escrito pela Mayra Gomes, e os versos da Luana Gomes, que deram forma à composição «Momentos da vida», foram também reconhecidos pelo júri.

Eis o sabor da poesia e a força da magia…

 
Poesia é língua que se fala
É fala que o coração aprende
Para manter a calma,
Sempre com olhos à frente.
 
Poesia é janela que se abre
Para nunca mais ser fechada,
É canto que nos encanta
Como o fado de madrugada.
 
Poesia é fado que se canta,
É a ternura do coração,
Que alegra todo o tipo de gente
Sempre a sentir-se contente.
 
Poesia é língua,
A língua da saudade,
Que pode ser deveras
Aquela que nos abate.
 
Poesia é menina de lindos cabelos,
Que os olhos encanta
E que ao luar canta.
 
Poesia portuguesa,
Mais bela não há,
É aquela que nos aquece
Quando o coração perece.
 
Poesia é um canto,
Uma cantiga divinal,
Que por muitos pode ser vista
De maneira desigual.
 
Poesia é menina,
Que nos faz sentir amor,
Que nos momentos difíceis
Nos restabelece o vigor.
 
Poesia é a canção
Que encanta o coração.
É grade que se estende,
Por aquele que pouco entende.
 
Poesia pode ser
Deveras uma linda canção,
Que todavia se lê
Apenas com grande emoção.
 
Poesia é como Lisboa,
A mais bela menina e moça,
Menina de coração
Que baloiça como um balão.
 
Poesia é saudade sem rosto,
E é aquela que certamente
Nos libertará da prisão da mente.
 
                                João Quinhas
 

MOMENTOS DA VIDA

Na vida passamos por muitas dificuldades
Nem sempre é tudo como nós queremos
Mas não devemos ser covardes
Enfrentamos os problemas e veremos
 
Que a vida é bela
A vida tem muito para nos ensinar
Temos é de saber vivê-la
E saber aproveitar
 
Tantos momentos difíceis vamos ter
Mas tantos momentos bons também
Há muita coisa para acontecer
Nada é um mar de rosas para ninguém
 
Baixar a cabeça está fora de questão
Todos temos uma força dentro de nós
Desistir nunca vai ser a solução
Sempre temos outra opção
 
Aproveita todos os dias
Como se fosse o último
Porque hoje estás aqui
Mas tudo muda num segundo
 
Parece que nada dá certo
Ficamos tristes, sem saber o que fazer
Mas quando menos se espera
O melhor pode acontecer
  
Ama-te acima de tudo
Esse é o meu dilema
Por vezes pode ser confuso
Mas gostares de ti é o melhor com certeza
 
É bom ter alguém para te ajudar
Para estar contigo em qualquer situação
Para quando precisares de desabafar
Teres sempre alguém para te estender a mão
 
Segue os teus sonhos
Alcança a tua meta
Batalha e conquista
Até estares certa
 
Certa do que queres
Certa do que tens
Sê feliz, vive a vida
Mas não esperes por ninguém
 
                      Luana Gomes
 

REALIDADE DESEJADA

            (21-10-2037) Anos passaram desde a última vez que me senti desejada. Fosse pelos amigos ou pessoas desconhecidas. Antigamente, as pessoas costumavam dar menos importância aos aparelhos eletrónicos; pelo menos foi o que a minha irmã me contou. Eu não tive a oportunidade de vivenciar isso, pois nasci num ano repleto de equipamentos eletrónicos e coisas do género. Eu, porém, descobri uma maneira de viver essa época. Numa outra realidade. Os meus amigos disseram que não ia dar certo e que era coisa do Diabo. Mas é apenas física quântica.

            Comecei por meditar, pois ajuda na concentração. Bebi imensa água durante o dia para que eu pudesse viajar cem por cento segura e hidratada. De noite, quando todos já tiverem adormecido, começarei o meu ritual, dizendo o que eu quero que aconteça na minha Dr. Fechei os olhos e, em menos de trinta minutos, senti um formigueiro enorme no pé, em todo o lado. Era como se eu estivesse a flutuar. Imaginando para onde queria ir, acabei por adormecer.

            (13-2-1998) Hoje eu acordei diferente, acordei meio estranha.

Eu estava completamente relaxada; o meu quarto estava diferente e o ambiente já não era o mesmo. Foi quando eu decidi ir ao espelho.

- Aaah!! - gritei. - Eu consegui !?

O meu cabelo já não era o mesmo; os meus olhos estavam verdes e eu finalmente tinha sardas. Eu consegui, eu estava em 1998.

 Foi estranho no início, mas eu habituei-me. Algo de errado estava a acontecer, a cada passo que eu dava naquela rua, tinha a sensação de que já a tinha visto. Foi quando eu me lembrei de que tinha escolhido viver em Derry, a cidade do meu livro preferido. Era perigoso, pois tinha um palhaço que comia crianças. Mas eu não podia perder a oportunidade de conhecer os anos 90. Não sabia sequer se algum dia poderia voltar! Procurei os losers (um grupo de crianças) o mais rápido possível. Acabámos por nos tornar amigos, especialmente eu e o Richie, que era a minha personagem preferida.

 Eu ajudei-os a derrotar o palhaço e a salvar as crianças que ele apanhara. Eu lembro-me de que nós fizemos uma promessa. Mas pouco a pouco o grupo foi-se afastando. Foi uma despedida difícil! Eu não queria deixar Derry nem os meus amigos.

 (2037) Acordei estranha outra vez no meu quarto original Eu não tinha um motivo para ficar na minha realidade… Mas, logo de seguida, lembrei-me da minha irmã.

- Que saudades! - disse enquanto a abraçava.

- Saudades? -  perguntou ela. - Nós ainda nos vimos antes de adormeceres.

Sim,  o tempo quase não passa na nossa realidade quando estamos na Dr.

Eu nunca deixei de visitar Derry. Mas talvez seja a hora de visitar outros lugares.

  

Mayra Gomes


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