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Desafiados pela professora Dulce Santos e iluminados pelas musas da inspiração, os alunos das turmas B e D do nono ano arrancaram do papel versos de poetas afamados e reinventaram a poesia, convertendo “As palavras mais simples, mais comuns, /As de trazer por casa e dar de troco, / Em língua doutro mundo”, nas palavras do prémio Nobel da Literatura 1998, José Saramago.

A atividade dinamizada pretendeu incentivar os jovens a escrever textos poéticos, demonstrando que é possível (re)escrever poemas a partir de versos alheios, agrupados em díspares estrofes, com ou sem rima, de acordo com o sentir e com o significado que cada um lhe quis atribuir. A liberdade poética surpreendeu alunos e professora que resolveram reunir em ebook o resultado do trabalho efetuado.

Para os mais céticos, aqueles que não acreditam que “Sabemos mais do que julgamos, podemos mais do que imaginamos” (José Saramago), deixamos um cheirinho dos poemas reinventados.

 

Liberdade

 

Vá, lancem-me no mar,

Quero ter asas para espreitar da janela.

 

Novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota.

Não precisa fazer lista de boas intenções,

Justiça entre os homens e as nações.

Liberdade com cheiro e direitos respeitados.

Tente, experimente, consciente,

É dentro de você!

 

Se aquelas nuvens no horizonte chegassem até mim …

 

(Afonso Alves, n.º 1, 9.º D)

 

Começar, recomeçar, interminamente a sentir

A morna brisa que aquece e me faz esquecer,

O sopro azedo dos que não o querem sentir

Sonhando com a possibilidade de vê-las florescer.

 

No Verão: veio o calor que as fez enfraquecer

E é tão rápido o seu desfalecer,

Que num céu aberto

Sinto a saudade mais perto.

 

Brilhavam incertas mas brilhavam

Aqui no meio de nós,

Nos meus olhos tristes perscrutaram

Túlipas. Arte. Vida.

 

Quem as esparze-quanta flor! -pelo jardim,

Entre nós, colocando fim à solidão.

 

(Matilde Lourenço, n.º 15, 9.º D)

 

 

De braços estendidos

No rosto cego das nuvens

Uma luz bruxuleante

cochila e espera desde sempre

o que já ninguém quer ouvir.

E é tão lento o teu soar.

Em que cismas, meu bem? Porque me calas?

Tu ensinas-me, tu insinuas-me a arte de verdade,

Só sei que tinha o poder de uma criança.

As pessoas sensíveis não são capazes

porque elas sabem o que fazem.

 

As chaves das coisas está

no equívoco da idade.

Bastava, em oposição com a braveza do jogo da

pedrada, do tal ataque às coisas certas e negadas

e havia para as coisas sempre uma saída.

 

(Jenifer Barroso n. º 14, 9º B)

 

 

No plaino abandonado,

Numa tarde calma,

Floriram por engano rosas bravas.

E um menino de bibe,

De braços estendidos,

Só sabia que tinha o poder de uma criança

Entre o bafo quente da multidão

Vibrante no céu aberto.

O menino da sua mãe,

Sente a saudade mais perto.

 

(João Santos, n.º 15,  9ºB)





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